Por Kerley em 25 dez de 2024


 Inteligências múltiplas como ferramenta educacional

A teoria das inteligências múltiplas, desenvolvida por Howard Gardner, trouxe uma nova perspectiva sobre a inteligência, sugerindo que ela não se limita às habilidades lógico-matemáticas e linguísticas, tradicionalmente valorizadas. Em vez disso, Gardner propõe nove tipos de inteligência, como musical, espacial, intrapessoal e naturalista, que representam diferentes formas de entender, aprender e interagir com o mundo. Essa visão ampliada tem implicações transformadoras para a educação, incentivando métodos de ensino mais inclusivos e personalizados.

“Considerar as inteligências múltiplas na educação é respeitar a individualidade de cada aluno e oferecer ferramentas para que todos possam alcançar seu potencial”, ressalta Lígia Sesso, diretora pedagógica do Colégio Torricelli, de Guarulhos (SP). Essa abordagem desafia a ideia de que a inteligência é única e fixa, promovendo uma visão mais equitativa e diversificada do aprendizado.

Na prática educacional, a aplicação da teoria pode incluir a diversificação de métodos de ensino. Por exemplo, atividades artísticas, jogos colaborativos, trabalhos de campo e práticas introspectivas são formas de estimular diferentes inteligências. Um aluno com inteligência corporal-cinestésica, por exemplo, pode se destacar em tarefas práticas ou esportivas, enquanto outro com inteligência musical pode demonstrar sua capacidade por meio de composições ou performances.

Além disso, compreender as inteligências predominantes de cada aluno pode auxiliar pais e educadores a personalizar estratégias de ensino. Isso não apenas melhora o desempenho escolar, mas também aumenta o engajamento e a motivação, pois os estudantes se sentem valorizados em suas habilidades únicas. Segundo Lígia Sesso, “reconhecer e valorizar as diferentes inteligências contribui para um aprendizado mais significativo e para o desenvolvimento de cidadãos mais confiantes e completos“.

A teoria das inteligências múltiplas também incentiva a inclusão de valores como empatia e conexão com a natureza, essenciais para um desenvolvimento equilibrado. Atividades que promovem a inteligência interpessoal, como debates e dinâmicas de grupo, ajudam os alunos a entenderem e colaborarem com outras pessoas. Já o estímulo à inteligência naturalista, por meio de práticas ao ar livre, desperta a consciência ambiental e a apreciação pelo meio ambiente.

Por fim, a teoria de Gardner desafia a ideia tradicional de que o QI é o único parâmetro de sucesso, mostrando que todas as inteligências têm valor. Isso transforma não só o ambiente escolar, mas também a forma como a sociedade enxerga o potencial humano.

Para saber mais sobre inteligências múltiplas, acesse https://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacoes/inteligencias-multiplasnovo-conceito-educacao.htm e https://www.inteligenciadevida.com.br/pt/conteudo/quem-e-howard-gardner-especialistas-em-educacao/