Quando uma criança sente que está sendo ouvida de verdade, seu comportamento muda. Ela se expressa com mais segurança, participa com mais autonomia e responde com mais confiança às orientações dos adultos. A escuta ativa na infância é uma ferramenta poderosa de formação emocional e social, com impactos diretos na construção da autoestima e na qualidade das relações dentro e fora de casa.
Diferente do simples ato de ouvir, escutar ativamente exige presença, empatia e atenção. É necessário estar disponível para perceber não apenas o que a criança diz, mas o que ela transmite com gestos, olhares e silêncios. A validação das emoções infantis — mesmo quando não se pode atender aos pedidos — transmite acolhimento e reforça a importância do diálogo. “A escuta ativa transforma a comunicação com as crianças e nos permite enxergar além do comportamento, compreendendo suas emoções e necessidades reais”, explica Lígia Sesso, diretora pedagógica do Colégio Torricelli, de Guarulhos.
Esse processo é essencial porque a infância é a fase em que os pequenos aprendem a organizar pensamentos e sentimentos. Quando têm a oportunidade de se expressar e percebem que suas falas são levadas em consideração, tornam-se mais cooperativos, resilientes e conscientes de si mesmos. Pais e educadores que escutam com atenção estão, ao mesmo tempo, educando pelo exemplo — mostram, com atitudes, o valor da empatia, do respeito e do diálogo.
A escuta ativa também fortalece os vínculos afetivos. Em vez de tentar resolver imediatamente o problema apresentado, o adulto pode apenas acolher e legitimar a emoção da criança: “Você está triste por isso?” ou “Entendo que isso foi difícil para você”. Esse tipo de escuta gera confiança, permitindo que os pequenos se abram mais e aprendam a nomear sentimentos — habilidade crucial para lidar com frustrações e conflitos no futuro.
No ambiente escolar, a escuta ativa permite que o educador conheça melhor cada aluno. Isso influencia diretamente a qualidade do ensino, pois facilita a adaptação de estratégias conforme os interesses e as dificuldades apresentadas. Mas é importante reforçar que escutar não significa ceder a tudo: a escuta ativa anda lado a lado com a autoridade positiva, com limites claros e afetivos.
Praticar a escuta ativa exige um esforço consciente. Desligar o celular, abaixar-se à altura da criança, manter o olhar atento e demonstrar interesse genuíno pelas pequenas histórias do dia criam um ambiente propício à comunicação verdadeira. Mesmo em momentos corridos, é possível encaixar gestos de escuta durante o caminho para a escola, nas refeições ou na hora de dormir. Não se trata da quantidade de tempo, mas da qualidade do momento.
Para saber mais sobre escuta ativa, visite https://lunetas.com.br/escuta-infantil/ e https://www.ninhosdobrasil.com.br/escuta-ativa