Por Kerley em 30 out de 2024

 

Perceber se seu filho está sofrendo bullying pode ser um desafio, pois muitas crianças e adolescentes relutam em falar sobre suas experiências. Ainda assim, alguns sinais podem ajudar os pais a identificar quando algo não vai bem. Alterações de comportamento, como isolamento repentino, mudanças de humor e queda no desempenho escolar, são indicadores comuns. Em alguns casos, há sinais físicos, como lesões inexplicáveis, perda de pertences e o medo ou a resistência em ir para a escola.

O bullying pode ocorrer de diversas formas: verbal, físico, psicológico e, mais recentemente, no ambiente digital, conhecido como cyberbullying. Esse último tipo de agressão é realizado por meio de redes sociais, onde comportamentos como difamação e vazamento de informações são usados para intimidar. Diferentemente do bullying presencial, o cyberbullying muitas vezes se estende além do ambiente escolar, invadindo o tempo e o espaço seguros da criança, o que pode agravar ainda mais seu impacto. “Observar o comportamento e manter um diálogo aberto com a criança são essenciais para entender o que está acontecendo em sua vida escolar”, orienta Lígia Sesso, supervisora pedagógica do Colégio Torricelli, de Guarulhos (SP).

Caso você perceba que seu filho está enfrentando esses problemas, é fundamental agir de maneira calma e compreensiva. Acolha a criança, mostrando que ela não está sozinha e que não é culpada pela situação. Documentar os eventos pode ser útil para relatar os episódios à escola, que deve se comprometer com o combate ao bullying e buscar soluções que promovam um ambiente seguro e inclusivo. Como reforça Lígia, “é papel da escola, em parceria com os pais, garantir que todos os alunos se sintam protegidos e valorizados”.

Além de conversar com a escola, o apoio de profissionais, como psicólogos ou terapeutas, pode ajudar seu filho a lidar emocionalmente com a situação. Muitas vezes, as vítimas de bullying enfrentam dificuldades que vão além do ambiente escolar, afetando sua autoestima e suas relações sociais. Esses profissionais podem auxiliar na recuperação e no fortalecimento emocional, ajudando a criança a superar os efeitos negativos do bullying e a reconstruir sua confiança.

Por fim, é importante que os pais estejam atentos a iniciativas de conscientização e programas de prevenção do bullying, tanto na escola quanto na comunidade. Em ambientes escolares que promovem valores de empatia e respeito, os casos de bullying tendem a diminuir. Além disso, leis, como a Lei 13.185 no Brasil, incentivam a criação de políticas contra o bullying nas escolas, assegurando que os direitos das crianças sejam respeitados e que as vítimas recebam o apoio necessário para enfrentar essa situação.

Para mais informações sobre bullying, acesse brasilescola.uol.com.br/sociologia/bullying ou www.unicef.org/brazil/blog/bullying-e-violencia-escolar