A dislexia afeta diretamente a forma como as crianças processam a leitura, a escrita e a interpretação de textos. Caracterizada por dificuldades na identificação de letras, palavras e sons, essa condição neurobiológica pode tornar o aprendizado mais desafiador, especialmente na fase de alfabetização. No entanto, a dislexia não tem relação com a inteligência. Crianças disléxicas podem desenvolver estratégias para superar as dificuldades, desde que recebam o suporte adequado da família e da escola.
Os primeiros sinais da dislexia podem aparecer ainda na educação infantil. Dificuldades em aprender rimas, memorizar músicas e organizar sequências lógicas podem ser indicativos precoces. Quando a criança inicia a alfabetização, sinais como a troca de letras de som parecido (p/b, d/t), dificuldade para formar palavras e lentidão na leitura são comuns. Com o tempo, a interpretação de textos e a organização da escrita também podem ser comprometidas. Se essas dificuldades persistirem, é essencial buscar uma avaliação especializada.
Segundo Lígia Sesso, diretora pedagógica do Colégio Torricelli, de Guarulhos (SP), o diagnóstico precoce da dislexia é essencial para evitar impactos negativos na autoestima da criança. “Com o acompanhamento adequado e métodos de ensino adaptados, é possível garantir que os alunos desenvolvam suas habilidades e alcancem um bom desempenho acadêmico”, afirma.
O diagnóstico da dislexia deve ser feito por uma equipe multidisciplinar, composta por psicopedagogos, fonoaudiólogos e neurologistas. Como não há um exame clínico específico para identificar o transtorno, a avaliação se baseia em testes cognitivos e na análise do histórico escolar da criança. É importante diferenciar a dislexia de outros transtornos, como o TDAH e o Transtorno do Espectro Autista, que apresentam sintomas distintos.
A adaptação das estratégias pedagógicas pode fazer toda a diferença para o desenvolvimento da criança disléxica. Métodos como o ensino multissensorial, que utiliza estímulos visuais, auditivos e táteis, ajudam no reconhecimento das palavras. Além disso, proporcionar mais tempo para a realização de provas e usar recursos tecnológicos são práticas que auxiliam no processo de aprendizado. “O apoio da escola e da família é indispensável para que a criança se sinta segura e motivada a aprender, superando os desafios da dislexia“, reforça Lígia Sesso.
O suporte emocional também é um fator crucial. Crianças com dislexia podem desenvolver sentimentos de frustração e insegurança, principalmente quando percebem que seu ritmo de aprendizado é diferente dos colegas. Pais e professores devem incentivar cada conquista, evitando comparações e valorizando os progressos individuais.
Para saber mais sobre dislexia, visite https://www.ninhosdobrasil.com.br/dislexia-infantil e https://www.neurologica.com.br/blog/quais-sao-os-sintomas-e-opcoes-de-tratamento-para-dislexia-em-criancas/