Por Kerley em 07 abr de 2025

Separar os brinquedos por categoria, arrumar os materiais antes de estudar ou ajudar a preparar a mesa do almoço são tarefas que envolvem mais do que responsabilidade: estimulam a organização desde cedo. Em cada uma dessas ações, a criança aprende a lidar com rotina, planejamento e noção de espaço, habilidades essenciais para sua formação como pessoa.

A organização infantil não surge de forma automática. Ela precisa ser incentivada por meio de atividades do dia a dia, com propostas adequadas à idade da criança. O hábito de guardar o que foi usado, por exemplo, deve ser construído com leveza e constância, fazendo parte da rotina com naturalidade.

Segundo Lígia Sesso, diretora pedagógica do Colégio Torricelli, de Guarulhos (SP), as pequenas tarefas cotidianas são oportunidades de aprendizado valiosas: “Atividades simples, como separar os livros ou montar a mochila, ajudam a desenvolver autonomia e noção de responsabilidade”.

Entre as atividades que mais contribuem para a construção da organização, estão as brincadeiras estruturadas. Jogos de encaixe, quebra-cabeças, desafios de memória e até mesmo atividades em grupo que exigem cumprir etapas em ordem são exemplos eficientes. Essas dinâmicas exigem atenção, sequência lógica e paciência, exercitando a organização mental e prática.

A participação em tarefas domésticas também pode fazer parte desse processo. Quando a criança é chamada a ajudar a dobrar roupas, organizar os brinquedos ou cuidar de pequenos detalhes em casa, ela passa a perceber que tem um papel importante no funcionamento do ambiente em que vive. Isso fortalece o senso de pertencimento e contribui para sua autoestima.

Utilizar organizadores visuais, como caixas coloridas ou etiquetas com desenhos, também é uma excelente ferramenta para os mais novos. Isso facilita o entendimento de onde cada coisa deve ser guardada, além de estimular o raciocínio categórico e a memória visual.

A repetição e o exemplo são pontos-chave. Quando os adultos mantêm seus próprios espaços organizados e demonstram satisfação com essa atitude, as crianças percebem que aquilo faz parte do cotidiano. Aos poucos, elas incorporam esse comportamento sem que pareça uma obrigação.

Organizar não é apenas colocar tudo no lugar, mas criar uma lógica que facilite o dia a dia e reduza o estresse da desordem”, reforça Lígia. Ela destaca que esse tipo de aprendizado é gradual e deve respeitar o tempo de cada criança.

Com paciência, incentivo e envolvimento da família, a organização se torna um valor incorporado com naturalidade. As crianças aprendem a cuidar do que é delas, a planejar melhor seu tempo e a tomar decisões mais conscientes. Pequenas atitudes no presente constroem grandes resultados no futuro.

Para saber mais sobre organização para crianças, visite https://revistacasaejardim.globo.com/dicas/organizacao/noticia/2022/10/12-dicas-para-ensinar-criancas-sobre-organizacao.ghtml e https://gamarevista.uol.com.br/semana/como-organizar-a-vida/como-ensinar-organizacao-para-criancas/