A sensibilidade do organismo infantil torna o uso de medicamentos uma prática que exige responsabilidade e atenção dos pais e cuidadores. Diferente dos adultos, as crianças ainda estão em fase de desenvolvimento, e pequenas variações de dose ou o uso de remédios inadequados podem gerar consequências sérias.
Mesmo medicamentos considerados comuns, como antitérmicos ou xaropes para gripe, devem ser administrados somente com orientação de um pediatra. O peso, a idade e a condição de saúde da criança influenciam diretamente na escolha do remédio e na quantidade segura. Não seguir essas recomendações pode resultar em intoxicação, reações adversas ou agravamento da condição clínica.
“A administração correta de medicamentos protege a saúde da criança e evita complicações que, em muitos casos, poderiam ser prevenidas com uma simples consulta médica”, afirma Lígia Sesso, diretora pedagógica do Colégio Torricelli, de Guarulhos (SP).
Entre os principais riscos da automedicação estão as reações alérgicas. Em alguns casos, basta uma dose para que a criança apresente sintomas como manchas vermelhas, inchaço, vômitos ou dificuldade para respirar. Por isso, é fundamental observar o comportamento da criança após o uso de um remédio e procurar ajuda médica se algo diferente for notado.
Outro cuidado importante é com o excesso de medicamentos, que pode afetar órgãos vitais como fígado e rins. A repetição desnecessária de doses, mesmo de remédios simples, pode mascarar sintomas importantes, dificultar o diagnóstico e comprometer o tratamento adequado.
O uso de antibióticos, quando feito sem controle, representa um risco ainda maior. Além de não combater a infecção corretamente, pode contribuir para a criação de bactérias resistentes, que serão mais difíceis de tratar futuramente.
Para evitar erros, o ideal é montar uma farmacinha infantil com medicamentos previamente prescritos pelo pediatra, sempre acompanhados de seus instrumentos de medição, como seringas dosadoras. Todos os itens devem ser guardados fora do alcance das crianças e com atenção à validade.
Além disso, é importante lembrar que nem todo sintoma exige medicação. Em alguns casos, o descanso, a hidratação e a observação são mais eficazes do que o uso de fármacos sem necessidade.
Seguir orientações médicas, respeitar as doses indicadas e manter uma rotina de acompanhamento com o pediatra são atitudes essenciais para garantir que a saúde da criança esteja sempre protegida. O remédio certo, na hora certa, pode fazer a diferença — mas só quando usado com responsabilidade.
Para saber mais sobre remédios para crianças, visite https://oglobo.globo.com/saude/saiba-quais-sao-os-riscos-de-usar-remedios-em-criancas-sem-orientacao-pediatrica-5106276 e https://brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/perigos-da-automedicacao-em-criancas.htm